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Para que serve um governo? Serve para zelar pela segurança das pessoas, pela saúde, pela educação e pelo direito de ir e vir. Serve também para fornecer aos cidadãos chances iguais de disputar posições ao longo da vida. E para redistribuir as riquezas por meio da cobrança de impostos e da correta destinação dos recursos por ele geridos em nome de toda a sociedade.

Um governo, em outras palavras, serve para cuidar do bem-estar das pessoas. Aqui em Teresina, no entanto, o governo do município é um fracasso em todas essas áreas.

Tenho abordado neste espaço o caos que reina nos transportes, a poluição dos nossos rios e a falência administrativa na nossa querida capital piauiense. É de chorar de tristeza o estado em que se encontram os serviços municipais. Mas nada é mais perverso do que o que está ocorrendo na saúde pública.

As reclamações são unânimes. Faltam médicos, enfermeiros, faltam paramédicos, faltam remédios. Falta tanta coisa que a população tem evitado acorrer aos hospitais, UBSs e UPAs. Além da demora para conseguir consultas com especialistas e exames, não há medicamentos de uso comum nas farmácias.

Em março passado, o Ministério Público promoveu uma audiência púbica para tratar do assunto. E o diagnóstico do promotor de Justiça Eny Marcos Vieira Pontes não poderia ser mais preciso: o problema é de gestão. É por causa da maneira desrespeitosa com que a Prefeitura gere o dinheiro da população que está faltando tudo em todo lugar.

Segundo o promotor, “não quer dizer que não exista dinheiro. O dinheiro tem que ser bem gerido”. São as dívidas que a atual gestão vem contraindo com fornecedores que estão colocando em risco a vida dos cidadãos que dependem dos serviços sob responsabilidade da Fundação Municipal de Saúde.

Semanas atrás, chegamos ao cúmulo de perder uma paciente por falta de um remédio banal – um antibiótico, que quem tem dinheiro compra em qualquer farmácia, bastando estar de posse de uma prescrição. Mas para quem não tem, a gestão burocrática do sistema funciona como a lâmina do carrasco.

O Presidente da Fundação Municipal de Saúde parece viver num mundo paralelo. Vive fechado num casulo procrastinatório. Não fala com ninguém. Que o digam os integrantes do Conselho Municipal de Saúde.

Enquanto sua gestão segue ameaçando vidas, Ítalo Costa se sai com raciocínios burocráticos e escapistas, sempre assegurando aquilo que sabidamente não está acontecendo. Ora diz que está colocando contas em dia, ora que os problemas vão melhorar. Conversa fiada!

Esta semana mesmo a falta de caixas de papelão adequadas para o descarte de seringas parou a vacinação na UBS do Porto Alegre. Uma caixa de papelão, imagine! Isso sem falar na falta de profissionais com qualificação e dos veículos quebrados que impossibilitam a fiscalização. Enfim, tudo caótico – e sem perspectivas de melhora no horizonte.

É preciso lembrar que os problemas para os cidadãos que desgraçadamente dependem desse prefeito começam bem antes de adentrar os hospitais. Só Deus sabe como os moradores das zonas Norte e Sul, por exemplo, chegam às unidades de saúde. A cidade não tem ônibus, o que faz com que muita gente nem saia de casa quando se sente mal. As pessoas estão isoladas. Sai de casa só quem tem dinheiro para pagar o Uber. E olhe que em muitos lugares o Uber nem vai!

O diagnóstico está dado: nossa saúde está terrivelmente doente. E o remédio todo mundo sabe qual é: botar pra correr esse prefeito e toda a turma de ignóbeis que ele colocou pra tomar conta da saúde pública. Não tem outro jeito: ou é isto, ou não será nada.

O pior é saber que à frente desse caos inominável está um médico – alguém que deveria ter apreço para saúde e pela vida; que deveria ajudar a mitigar, e não aprofundar o sofrimento das pessoas. Doutor Pessoa. Lembre-se bem desse nome, pois ele diz muito a respeito da maneira como não se deve governar uma cidade.

Dr. Pessoa foi eleito, não foi? Sim, foi eleito por fazer gracinhas, por dançar de maneira engraçada. Você votou nele? Ótimo, agora é hora de ponderar sobre o significado e a importância do voto. Não adianta eleger alguém porque é simpático, palhaço ou por parecer que acaba de chegar de outro planeta. Nas democracias, os políticos não chegam ao poder só porque querem. Eles precisam ser eleitos – no caso do atual Prefeito, ele foi sufragado por mais de metade da população.

Lição aprendida, é hora de pôr a mão na massa. Se você botar no Poder alguém que não tem empatia, que não sabe se colocar no lugar do outro, terá novamente um déspota governando a sua vida. Sim, porque da escolha do prefeito vai depender a qualidade da educação do seu filho, o conforto na hora de ir e voltar ao trabalho, a sua liberdade de se locomover pela cidade e… E a saúde pública de Teresina.

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