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Por Daniel Carvalho

É impossível ficar indiferente ao que está acontecendo no Rio Grande do Sul. Descontrolado e furioso, o aquecimento da atmosfera fez derramar rios, inundou cidades inteiras, desabrigou e matou mais de cem pessoas. O prejúízo é incalculável. E o recado é absolutamente claro: é preciso focar na prevençào e adequar nossas cidades à nova realidade. É fundamental escolher candatos a vereador e prefeito bem preparados. É o que estou fazendo ao apresentar o projeto Teresina, Capital Verde.

Antes de falar sobre ações locais, quero dividir com vocês a minha perplexidade diante das tentativas da extrema direita brasileira de lacrar com a tragédia. Próceres do nacional-populismo têm se esmerado em espallhar notícias falsas para amplifica o horror da população diante da tragédia.

É absolutamente inaceitável que pessoas de má-fé se aproveitem de situações de calamidade para infundir medo e desorientação, especialmente num momento em que tudo inspira cuidado e atenção. Inventar mentiras só serve para trazer ainda mais dor a quem já está sofrendo. Não pode haver gnho político com a morte e a destruição. Não pode haver proveito algum onde há luto e dor.

Há uma vertente política no Brasil que tem feito uso da infelicidade e da tristeza como insumos para lucrar eleitoralmente. É a mesma que tentou transformar a pandemia de COVID-19 num morticínio desenfrado ao promover aglomerações, desconhecer as diretrizes e ferramentas científicas, dificultar a obtenção de vacina e obstar o uso da máscara. Não é preciso deixar o sujeito da frase oculto: trata-se do bolsonarismo, essa praga que se abateu sobre nós a partir de 2018.

Dito isto, é necessário agora ir além da indignação e da anomia. Precisamos tomar as cheias no Rio Grande do Sul como um alerta e aprender com elas. Passou da hora de começar a adaptar nossas cidades para os extremos climáticos. É preciso parar de jogar gás carbônico na atmosfera para ter conforto material. É preciso queimar menos petróleo com o transporte individual. É preciso agir, e rapidmante, antes que sejamos colhidos pelas intempéries.

É nesse sentido que vou apresentar, dentro de aguns dias, o projeto Teresina, Capital Verde. É uma plataforma com propostas para várais áreas, que vão da geração de energia limpa ao tratamento racional do lixo, que pode contribuir para a despoluição do ar, do subsolo e dos rios.

Energia que vem do sol

A primeira proposta consiste na implantaçào de uma ou mais centrais geradoras de energia fotovoltaica — energia que vem da luz do sol. É um bem que está disponível para todos. Na nossa terra, temos fartura de sol o luz durante todo o ano — são mais de 2500 horas de insolação Se fizermos isso, podemos gerar energia elétrica para sustentar toda a iluminação púbica de Teresina, que custa R$ 100 milhões/ano para a nossa coletividade. Assim como temos uma usina de asfalto, teremos a nossa própria geradora de eletricidade.

Com o dinheiro economizado, seria possível reduzir a cobrança da famigerada taxa de iluminação pública que você paga todo mês embutida na sua conta de luz. Seria possível financiar, por exemplo, a construção de coletores de esgoto e estações de bombeamento e tratamento, pois 2/3 da população não dispõem ainda desse benefício. Isso nos ajudaria a despoluir os rios, criando condição para o surgimento e fortalecimeto de atividades como o ecoturismo e a pesca profissional.

Para os céticos e os que odeiam a cultural ambientalista, saliento que existe financiamento barato para esse tipo de iniciativa. Uma vez amortizados os financiamentos, nossa capital poderá reduzir ou zerar os gastos com compra de energia para manter acesas as luzes dos postes durante as noites. Isso traria um impacto muito importante também para o nível dos reservatórios braileiros, pois cada lâmapda demanda o equivalente a 3600 litros de água por noite vertendo de alguma hidrelétrica para se manter acesa.

Transformar o lixo em combustível para gerar energia

Outra iniciativa do Projeto Teresina, Capital Verde consiste no tratamento e aproveitamento do lixo para reduzir a emissão de metano, altamente poluente, e transformar o gás nocivo em biogás para a produção de eletricidade. As 600 toneladas de lixo orgânico jogadas todos os dias no aterro sanitário seriam suficientes para alimentar 200 casas, ou um bairro inteiro. Isso também faria com que o metano fosse transformado em CO2, que é muito menos poluente, reduzindo drasticamente a contribuição dos teresinenses para o efeito estufa.

Há vários processos que podem ser implementados para o aproveitamento do lixo orgânico, como já o fazem a Noruega e a Suécia. Esse países compram lixo do exterior para manter suas usinas funcionando. Em todos eles o resultado da incineração ou da evaporação do lixo gera como subproduto água e um composto que é rico em fertilizantes orgâncios. Eles poderiam ajudar a aumentar os índices de produtividade das nossas lavouras.

Antes de tudo, mudar a mentalidade

O primeiro passo para começar esse movimento é perceber que as coisas mudaram e não basta fazer discursos vazios durante as emergências. É preciso evitar que elas aconteçam.

Nossa cidade está situada na foz de dois rios importantes. Em Teresina, estamos tão sujeitos a esse tipo de calamidade quanto em qualquer outra cidade ribeirinha do País. Imagine a tragédia que ocorrerá se de repente o Poti ou o Parnaíba começarem a subir de maneira descontrolada.

Cotas de Teresina
A cidade de Teresina e as cotas altimétricas: risco constante de alagamentos

Repare bem no mapa acima. Toda essa região colorida de azul ou verde está sujeita a inundações. Não por acaso a ocorrência de alagamentos assusta a população a cada chuva e cria problemas graves para a cidade.

Na pressa de mostrar seviço para a população, a Prefeitura tem licitado obras de pavimentação sem atentar para o fato de que é preciso construir redes de esgotamento sanitário e galerias de águas pluviais. Sem ela, repete-se por toda a cidade algo que temos visto a cada temporal: vias alagadas, prejuízo ao transporte e sofrimento para a população.

Nao adianta apenas preparar a terraplanagem e jogar o as falto por cima. Isso acaba fazendo com que aumente a impermeabilização do solo, o que vai provocar cada vez mais cheias, e cheias cada vez mais volumosas. A Prefeitura precisa evoluir para entender com a devida seriedade o risco ambiental e as consequências que o descontrole climático pode acarretar.

O sentido do voto

Para quem espera sensatez dos políticos, a primeira providência é ser sensato ao votar. Sem políticos atentos ao problema, sem pessoas capazes de ter sensibilidade aos dramas humanos desatados pelo aquecimento global, não será possível nem dar o primeiro passo. Por isto, preste atenção e valorize a escolha que você vai fazer quando estiver diante da urna eletrônica.

Sei bem que o tempo de pensar em quem votar ainda está distante. Mas é bom que o eleitor fique atento aos movimentos dos que já se apresentam como candidatos, pois esse exercício de atenção é que vai trazer como resultado uma boa escolha.

Minha intenção com este artigo é a de provocar o despertar de uma consiência coletiva para a necessidade de agir. Não importa se você simpatiza comigo ou não. O que importa verdadeiramente é que você esteja atento e não caia na esparrela de fazer uma escolha ruim. Porque as consequências serão pagas por todos. Depois, quando sobrevier a tragédia, criticar os políticos não vai resolver os problemas.

Quero lembrar que ninguém está nas câmaras municipais e prefeituras do País apenas por vontade própria. Para governar, o candiato tem que ser eleito pela população e, para isto, tem que ter suas propostas endossadas por uma boa quantidade de eleitores.

Veja só o caos administrativo que reina em Teresina. A administração é incapaz de gerenciar os recuros humanos, de pagar em dia a folha, de resolver problemas pontuais como o transporte ou emergências que surgem aqui e ali quando chove. Transponha isso para o ambiente que surge como consequência do descontrole do clima. Perceba, finalmente, a responsabilidade de votar com sabedoria e inteligência no seu candidato a vereador ou prefeito.

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